Hoje tive vontade de desabafar com as palavras, não são as minhas melhores amigas, por vezes sabe bem falar com desconhecidos. Podemos dizer tudo o que vai na alma não nos julgará, não nos apontará o dedo se falhar-nos, hoje tenho sede das palavras, algo imérito. Hoje apetece-me ir mais além de uma boa conjugação frásica. Estava chover, era Novembro, e lá estava eu, sentada do colo da minha mãe, e farta de andar de carro. Olho para fora do vidro era uma escuridão que me metia medo, estava por todo lado cheio de carros, ao fundo vi um menino mais ao menos na minha idade a meter algo há boca e deitar fumo, parecia um tubo, que iria jurar, que se me aproximasse dele aquele tubo estava a desaparecer. O carro passa por ele e o meu olhar fica preso naquele rosto melancólico a onde aceitou num desconhecido um tubo que dava fumo, como soprar as bolas de salão. Fiz o mesmo trajecto durante não sei quanto tempo, nunca o mais o vi o menino que deitava fumo pela boca como a gente grande.
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Não vás, não digas adeus dessa maneira fica só mais um pouco, não exprimas que já disseste tudo o que tinhas para verbalizar, porque vejo na tua cara o inverso, queres permanecer como eu tanto anseio que tu fiques. Mas sinto que o que tu procuras já não se encontra dentro de mim, portanto não há outra saída a não ser deixar-te ir, mesmo que isso afecte a minha sanidade mental.