Verde coração

Vento veloz ventando vislumbrado.   Vigarista, vulgar, vago. Vai volumoso, voante, voluptuoso, vitorioso ver vila velada. Volta vazio vulnerável vagarosamente vegetando veraneio. Vai valiosa vida.

Quero mesmo é mergulhar bem fundo dos meus sonhos. Correr em qualquer direcção tendo a certeza de que todas me trarão o sucesso. Observar o tempo. Conversar pelo  menos uma vez com as estrelas. Abrir os braços e sentir a leveza do ar. Rir de qualquer coisa e chegar a conclusão que isso é ser feliz. Ficar parada admirando tudo o que há à minha volta, porque isso é existir. Encontrar a razão para eu abrir e fechar os olhos todos os dias, e ter certeza que a tradução disso é viver. 

É assim que me sinto hoje a querer navegar no desconhecido. Descobrir o que ainda não foi descoberto. Agarrar o mundo com toda a minha força de viver , ter esperança que as pessoas fiquem menos imperfeitas. E dizer-te que tudo o que me fizeste só me vai tomar uma pessoa melhor e a não querer ser como tu. Gostava um dia poder abraçar-te e olhar para ti e ver-me em ti, gostava ter orgulho em ti. Mas como, se não tens em mim?! Nunca serei a perfeição dos teus olhos, já me habituei mas é sempre doloroso ter a confirmação. Gostava navegar, sem rumo, conhecer o mundo, e ver o que ainda não foi visto e sentir o que ainda não senti! Gostava ser livre como uma gaivota. Gostava ser nómada sentir o mundo aos meus pés sentir os sabores de cada terra. Sei que tenho tanto para descobrir! 

A estrada é longa tenho essa noção, mas sei que não estou só. Te sinto aqui 

Portugal passa uma grande crise no rock - pop, na memória nunca existiu uma época tão má na música portuguesa não há ninguém a fazer manchetes de revista ninguém a não ser os estrangeiros, imagino os nossos filhos a dizer que não querem viver em Portugal, porque é um país pouco desenvolvido, e o que esta a dar é viver nos países de língua inglesa. Nunca vão chegar a conhecer o quanto Portugal tem para dar. Fomos um país grande, hoje somos um país pequeno. Nunca haverá ninguém para competir com António Variações. 

Fecho os olhos, o meu corpo pede-me um pouco de sensatez, um pouco de calma, um refúgio para carregar as bactérias mas a minha teimosia é mais que muita, não dou ouvidos. Já não tenho tempo para dormir, já não há tempo para saborear o acordar e o adormecer. Eu vivo uma constante azáfama. Paz e amor é isso que quero mas não tenho forças suficientes para conseguir dar um jeito a esta monótona rotina. Fico, ouvir musica e fecho os olhos, e deixo que o meu corpo ganhe porque preciso de descanso preciso que o meu corpo entre em sintonia com a minha alma. Por muito que não queira, o tempo luta contra nós e não podemos fazer grande coisa, quero ter o comando do tempo mas este foge entre as mãos, no final quem  me comanda é o relógio.

É assim que me sinto hoje: à deriva... Feita pássaro sem ninho, beco sem saída... Tal como um barco sem cais... Eu afundo-me cada vez mais... E nas profundezas do meu ser... Tento em vão (re)nascer... Por vezes sou suave como a brisa... Apesar da minha tristeza... Outras vezes sou como o vento... Só acalmo com o tempo... Mas ainda tenho a vida na mão... E sinto bater o meu coração... Por isso, erguer-me-ei sempre que cair... Porque o importante é nunca desistir... Mas a vida dá voltas e não pára... E eu continuo sem um sorriso na cara.

Alguns fazem da própria vida uma luta, enquanto Outros lutam pela própria vida… Alguns queixam-se por ter de trabalhar demais, enquanto Outros se queixam por não ter trabalho… Alguns não percebem o valor do amor, enquanto Outros valorizam o amor sem perceber… Alguns vivem cada dia como se fosse o último, enquanto Outros vivem o seu último dia de vida… Alguns tornam-se imponentes com insignificâncias, enquanto Outros tornam-se insignificantes perante a imponência… Alguns rezam sem contas, enquanto Outros contam 100 rezas… Alguns esperam ter tempo para tudo, enquanto Outros querem ter tudo sem tempo… Alguns não sabem o que digo, enquanto Outros nunca dirão o que sabem...